Olá meus queridos! Hoje vou falar um pouco sobre a autora Catarina Muniz, que tem um jornada maravilhosa como escritora de romances, eróticos, contos e muito mais. Ela nasceu em Alagoas e começou a escrever em 2012 como terapia, para superar alguns problemas pessoais, desde então tomou gosto pela escrita e não parou mais. Seu mais recente lançamento é o conto histórico "Bravo amor", lançado pela Qualis esse ano, na Bienal de São Paulo, como parte da antologia de época "Inesquecível". Leia a entrevista e conheça um pouco mais sobre Catarina e sua trajetória enquanto escritora.
BIOGRAFIA
Catarina
Muniz é alagoana, formada em Relações Públicas pela Universidade
Federal de Alagoas (UFAL) e possui 09 obras publicadas, entre
romances e contos, dentre eles os romances “A dama de papel”,
“Carmim” e o conto “A mania da Ninfa”.
“Bravo
amor” é seu primeiro trabalho histórico brasileiro e é inspirado
na vida de Maria Curupaiti, sertaneja pernambucana que disfarçou-se
de soldado para acompanhar o marido no campo de batalha durante a
Guerra do Paraguai.
Os
escritos da autora ultrapassam as fronteiras dos gêneros: são
românticos, eróticos, dramáticos, sarcásticos, poéticos,
cínicos.
Não
há limites, tampouco definições. Para ela, definir e limitar são,
muitas vezes, verbos irmãos.
ENTREVISTA
QUANDO
PERCEBEU QUE GOSTARIA DE SEGUIR A CARREIRA DE ESCRITORA?
Fui
levada a isso. Eu comecei a escrever, publicar, ter um público
leitor, que me levou a escrever novas histórias, publicar, ganhar
novos leitores... Acho que a ficha caiu mesmo quando o “A dama de
papel” foi publicado. Acho que foi o momento em que realmente me vi
numa carreira, percebi que não iria mais parar.
O
QUE TE LEVOU A COMEÇAR A ESCREVER CONTOS E POEMAS ERÓTICOS?
Foi
muito por acaso. Na verdade, quando comecei a escrever contos e
poemas eróticos, em 2012, eu atravessava o auge de uma grave
Síndrome do Pânico que simplesmente colocou minha vida de cabeça
pra baixo! Eu nunca tive sonhos ou planos de escrever, comecei a
fazer isso como mera distração, uma espécie de catarse num momento
difícil que atravessava. Publicava esses textos num blog anônimo
que, para minha grande surpresa, começou a ter muitos acessos de
várias partes do mundo. A partir daí, e incentivada por alguns
amigos próximos, arrisquei escrever um livro. E em dois meses e meio
eu finalizava então “O segredo de Montenegro”.
QUAIS
DIFICULDADES AO ESCREVER CONTEÚDOS ERÓTICOS? A PRINCÍPIO HOUVE
MUITAS CRÍTICAS?
Eu,
particularmente, não sinto dificuldades em escrever conteúdo
erótico porque gosto de arte erótica de uma forma geral. Tento
explorar os momentos calientes de uma maneira quente, mas ao
mesmo tempo sutil. Evito, por exemplo, certas palavras muito chulas,
que não fazem parte do meu vocabulário, pois fica parecendo
pornografia. Nada contra pornografia, simplesmente não é o meu
estilo. As dificuldades surgem principalmente em função de alguns
leitores homens, que acreditam que, por escrever erotismo, estou
automaticamente aberta a convites e sugestões nada agradáveis.
Infelizmente, é o preço que a mulher paga por se atrever a escrever
conteúdo erótico numa sociedade ainda tão machista como a nossa,
mas tenho sinceras esperanças de que isso mude em breve.
COMO
PERCEBEU A ACEITAÇÃO DO PÚBLICO NO INÍCIO DA CARREIRA DE AUTORA?
No
início, quando estava escrevendo “O Segredo de Montenegro”, a
maior parte das reações foram de surpresa e até mesmo um certo
desdém. Porém, quando viram o volume nas mãos, quando as pessoas
começaram a ler a história, dar o feedback, perceberam que eu fazia
um trabalho sério, que eu estava 100% envolvida com aquilo. A partir
daí passaram não só a respeitar como até a admirar minha coragem.
E logo depois, o lançamento de “A dama de papel” pela Universo
dos Livros serviu para destruir de vez qualquer dúvida que ainda
nutrissem sobre minha capacidade. Mas não foi fácil no início, e
continua sendo um desafio ainda hoje.
COMO
SE SENTIU AO SER CONVIDADA PARA PARTICIPAR DA COLETÂNEA LOVE IS IN
THE AIR?
Senti-me
absolutamente honrada, pois se trata de um livro lindo, bem escrito e
diagramado, ao lado de escritoras talentosíssimas como Paola Scott,
Tamires Barcellos e Eva Zooks. A própria temática do livro –
histórias de amor em Londres – me atraiu profundamente, pois vi
que era algo novo. Meu conto, “A mania da Ninfa”, possui uma
carga erótica e dramática muito forte, que nem sempre deixa os
leitores confortáveis. Mas até mesmo incomodar os leitores, quando
não é algo gratuito, me traz satisfação, pois desse incômodo
podem nascer muitas reflexões sobre a vida de uma forma geral. E
essa consequência me agrada bastante, pois a sociedade hoje
necessita profundamente de reflexões.
O
LIVRO CARMIM POSSUI UMA HISTÓRIA MUITO COMPLEXA, QUE ABORDA ROMANCE,
TRAMA E EROTISMO. O QUE TE MOTIVOU A ESCREVER ESSE LIVRO?
Eu
não saberia dizer exatamente o que me motivou. As histórias brotam
de minha mente de maneira muito espontânea, muitas vezes enquanto
escuto uma canção ou mesmo durante um passeio pela cidade. Carmim é
um romance que agrada a maioria das pessoas, apesar de conter temas
polêmicos e uma dose de drama. Gosto muito do desenrolar da
história, de como Carmen e Louis vão se envolvendo um pelo outro
até não encontrarem mais saída. Talvez seja esse o aspecto que
mais gosto nesse livro.
EXPERIÊNCIA ENQUANTO AUTORA:
A
experiência como autora possui altos e baixos: há o cansaço, o
receio de não conseguir agradar, ou de não conseguir superar o
trabalho anterior, há a necessidade de se gastar horas e horas em
pesquisa, de buscar se renovar e principalmente, jamais cometer o
erro crasso de subestimar o leitor. Além disso, despedir-se de
personagens é sempre dolorido, tanto que leva algum tempo entre o
final de uma história e início de outra. É quase como respeitar um
luto, ou um fim de relacionamento. Por outro lado, o contato com o
leitor, ter a chance de emocioná-lo, de saber que sua história o
acompanha nos momentos mais íntimos, como antes de dormir ou durante
uma viagem, isso não tem preço!! O leitor compensa toda e qualquer
dificuldade que eu enfrente no processo, sem sombra de dúvidas!
OS PRÓXIMOS PROJETOS DA AUTORA:
Há
alguns em andamento, mas tenho me dedicado com mais afinco ao meu
primeiro romance regional, que se passará em Alagoas e terá
inspiração no Guerreiro Alagoano, folguedo mais popular do Estado e
nascido em Alagoas por volta de 1927. Estou na fase de pesquisa, mas
já comecei a escrevê-lo e estou bastante animada, pois será algo
diferente de tudo o que já escrevi antes. Em 2019 teremos muitas
novidades, com certeza!
Ameeeeeeeeeeeeeeeeei!!! Obrigada de coração ao blog pela oportunidade de contar as novidades e mostrar um pouco mais sobre meu trabalho. <3
ResponderExcluir